O Amor que o Mundo Esqueceu: Philia e Agapê para Reconstruir a Humanidade
- Seminarista Rodrigo Pereira

- 9 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de set.

Gostaria de dialogar com o caro leitor acerca de um tema que tem se tornado escasso nos dias atuais: o AMOR. Contudo, não me refiro ao amor do tipo Eros — aquele associado à paixão, ao romantismo ou à esfera sexual —, mas sim aos amores denominados Philia e Agapê. Para tanto, faz-se necessário esclarecer previamente o significado desses dois tipos de amor.
O amor Philia caracteriza-se como o amor fraternal, próprio da amizade genuína. Por sua vez, o amor Agapê é o amor universal, divino, que transcende interesses pessoais e revela o amor de Deus pela humanidade. A ausência desses dois tipos de amor tem produzido consequências nefastas, as quais são evidentes em nosso cotidiano: guerras, desuniões familiares e conflitos sociais.
Em certa ocasião, ouvi um relato no qual uma pessoa confessava não mais desejar promover celebrações de aniversário, dado o clima estranho e a desarmonia que se instaurara em seu meio familiar. Tal relato serve para ilustrar, de forma concreta, os efeitos da carência do amor Philia e Agapê.
Convido, portanto, a abrir as páginas da Bíblia para contemplar a chamada “Carta do Amor”. Talvez o leitor se surpreenda, pois não existe um livro explicitamente intitulado assim., No entanto, a Primeira Carta de São João é comumente denominada “Carta do Amor” por seu conteúdo precioso, que revela o amor de Deus pelo homem e o amor que os cristãos são chamados a nutrir entre si.
Neste texto sagrado, encontram-se diversos ensinamentos de Jesus acerca da prática do amor, tão necessário em nossos dias. Importa destacar que tal ensino não é novidade, nem se limita ao tempo de Jesus, conforme lemos: “Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas sim um mandamento antigo, que recebestes desde o princípio.” (1 João 2,7) Desde o princípio, Deus nos ensinou a amar; como Pai, Ele mesmo praticava o amor e desejava que seus filhos o manifestassem. “Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.” (1 João 4,11)
A fórmula para a superação das guerras, das divisões familiares e dos conflitos na Igreja foi dada por Deus. Contudo, o pecado obscurece nossa percepção, levando-nos a buscar soluções em lugares diversos, exceto em Deus.
Perguntamo-nos: será realmente tão difícil compreender que somente pelo amor se podem resolver as adversidades? Infelizmente, a resposta é afirmativa, pois, ao ouvir a palavra “amor”, tendemos imediatamente a associá-la ao amor Eros, em razão da contaminação de nossas mentes. Ou, por vezes, consideramos que o amor Philia e Agapê representa sinal de fraqueza.
Queridos irmãos, Deus conhece profundamente nosso coração e, por isso, sempre exaltou o amor como sinal de santidade. Entretanto, Ele nos esclarece que não basta o sentimento, sendo imprescindível a prática: “Aquele que afirma permanecer nele, deve também viver como Ele viveu.” (1 João 2,6) Convido, portanto, à leitura e à prática da Carta do Amor, para que possamos testemunhar a transformação ao nosso redor e permanecer na companhia de Deus, conforme sua promessa: “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.” (1 João 4,16).




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